Comer, conhecer, compreender

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Conhecer e experimentar a comida de um país é uma das maneiras mais interessantes e prazerosas de compreender um pouco de sua cultura e tradições.

A Jamaica, assim como o Brasil, também é fruto de uma mistura de raças. Antes do descobrimento pelos espanhóis, em 1494, havia os indígenas locais, os Taínos. Os colonizadores espanhóis trouxeram escravos da África e os ingleses tomaram a ilha, em 1655. Posteriormente, indianos e chineses substituíram os escravos nas lavouras e, ainda mais adiante, chegaram libaneses e judeus.

De toda forma, a gastronomia jamaicana tem raízes mais africanas e inglesas. A maioria dos pratos têm sabor intenso, devido aos inúmeros temperos e especiarias utilizados, como o gengibre, o curry e a pimenta-da-jamaica.

A base da cozinha jamaicana é peixe, frango, carne de porco, arroz, verduras e frutas. O ackee – pequena fruta alaranjada, cujo sabor lembra a noz – e a fruta-pão – uma parente da jaca – são muito utilizados em pratos doces e salgados.

Delícia jamaicana à base de frango | foto: reprodução internet
Delícia jamaicana à base de frango | foto: reprodução internet

Um assunto à parte (e que merecerá um post específico!) é o jerk. Espécie de ‘churrasco’ local, é de origem muito antiga, possivelmente dos primeiros habitantes, em conjunto com os maroons (escravos fugitivos que se refugiaram nas montanhas).

A primeira função do jerk foi a da preservação da carne. A técnica básica consistia em secar e defumar a carne, assando-a sobre uma pequena fogueira. À época da chegada dos ingleses, foi considerada uma técnica revolucionária de conservação.

Atualmente, além dos tradicionais jerk de porco ou frango, também são facilmente encontrados aqueles de carne bovina e de cordeiro, ou mesmo feitos com peixes e camarões.

Finalmente, vale a pena conhecer a ital food, a comida dos rastafári. Muitos não utilizam sal, evitam carne vermelha ou são vegetarianos. A ital utiliza apenas alimentos puros, naturais, ou seja, agentes químicos e conservantes não são aceitos. A exemplo da comida kosher, que segue os preceitos do judaísmo, a ital segue a filosofia rastafári, de ingerir somente alimentos que aumentem a energia vital.

Para deixar o texto um pouco mais saboroso, terminamos com uma típica receita jamaicana: Brown Stew Chicken.

Cozido jamaicano de frango dourado

Jamaican Brown Stew Chicken  |  foto: reprodução internet
Jamaican Brown Stew Chicken | foto: reprodução internet

INGREDIENTES
1 frango inteiro
1 tomate grande
3 talos de cebolinha
1 cebola grande
2 dentes de alho
1 pimenta vermelha picante (tipo Habanero)
1 cenoura média
1 limão siciliano
3 talos de tomilho fresco
2 colheres de sopa de tomilho seco
1 colher de sopa de pimentão picado
1 colher de sopa de pimenta-da-jamaica ou 1/2 colher de sopa de canela moída com 1/2 colher de sopa de cravinhos da Índia moídos
2 colheres de sopa de molho de soja (shoyu)
1/2 colher de sopa de farinha de trigo
2 colheres de sopa de farinha de milho
2 xícaras de leite de coco sem açúcar
1 colher de sopa de óleo de coco

MODO DE FAZER
1. Corte o frango em pedaços e coloque numa tigela.
2. Esprema o limão siciliano sobre o frango, esfregando bem. Retire o excesso de suco.
3. Junte o tomate, a cebolinha, a cebola, o alho, a pimenta, o tomilho, o pimentão e o molho de soja. Cubra e deixe marinar por uma hora.
4. Aqueça o óleo numa panela. Remova os temperos do frango marinado e reserve a marinada para o molho.
5. Frite lentamente os pedaços de frango em óleo bem quente, até que fiquem dourados. Retire os pedaços já fritos e coloque num prato enquanto frita os demais pedaços.
6. Escorra o excesso de óleo da panela e recoloque os pedaços de frango. Despeje a marinada sobre o frango e adicione a cenoura. Cozinhe em fogo médio, mexendo por 10 minutos.
7. Misture a farinha de trigo ao leite de coco e adicione ao cozido, mexendo sempre. Abaixe o fogo e cozinhe por mais 20 minutos ou até que as cenouras fiquem macias.
8. Sirva com arroz e ervilhas.

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Silvia Carvalho

Por Silvia Carvalho

Formada em Comunicação Social, atuou na área de marketing por vários anos. Curiosidade inata e paixão por escrever são suas ferramentas para desbravar os segredos da Jamaica e levá-los aos leitores.