Difícil imaginar uma combinação tão improvável quanto uma mistura de Mariah Carey, Beyoncé e Madonna, com influências de Bob Marley. Oi?? Então, de certa forma, Rihanna é o resultado dessa combinação inusitada. Vamos tentar explicar melhor tudo isso.
Rihanna fez sua primeira audição aos 15 anos de idade, em Barbados, onde nasceu. O produtor musical Evan Rogers gostou do que ouviu e, no ano seguinte, juntamente com seu sócio Carl Sturken, produziram doze canções que geraram as demos que acabariam por lançá-la como cantora. Em 2005, lançou seu primeiro álbum “Music of the Sun” e, no ano seguinte, o segundo, “A Girl Like Me”. Ambos ficaram entre os top ten da Billboard 200, com os sucessos Pon the Replay e SOS, respectivamente.
Voltando ao começo deste texto, nessa fase inicial da carreira Rihanna era a promessa de uma cantora na linha do dance e do pop, meio Madonna. Mas, em 2007, em seu terceiro álbum, “Good Girl Gone Bad”, mostrou que o R&B era o seu ritmo, aquele com o qual ela mais se identificava. E quem é uma das divas do R&B? Beyoncé, que, aliás, disse ter começado a cantar após ouvir Mariah Carey cantando Vision of Love.
“Good Girl Gone Bad” recebeu nove indicações para o Grammy 2008 e ganhou apenas o de melhor Rap/Sung Collaboration, com a canção Umbrella. Posteriormente, Rihanna receberia mais cinco Grammy, além de oito American Music Awards, vinte e dois Billboard Music Awards e dois BRIT Awards. Ela já vendeu mais de 30 milhões de álbuns e 120 milhões de singles, no mundo todo.
E onde entra Bob Marley nessa história toda? Barbados é uma das ilhas do Caribe, assim como a Jamaica. Assim, a associação de Rihanna com o reggae e Bob Marley parece até natural. Porém, há relações que vão além da proximidade geográfica. Admiradora confessa do rei do reggae – ela é vista com frequência usando roupas e adereços que remetem ao ídolo jamaicano – Rihanna não resiste a uma pitada jamaicana em suas produções. Tanto que seu primeiro álbum, “Music of the Sun”, chegou a ser recebido pela crítica como um disco de reggae, dada a origem caribenha da cantora e a nítida influência dos ritmos jamaicanos presentes no disco.
Participações como a do cantor jamaicano Sean Paul em Break It Off, no álbum “A Girl Like Me”, faixa produzida pelo produtor (também jamaicano) Donovan “Don Corleon” Bennett em seu renomado estúdio Hitmaker, em Kingston, também servem como exemplo. E há vários outros, como é possível ouvir nesta playlist especial abaixo.
Como se vê, não é nada difícil encontrar na obra de Rihanna forte influência de música jamaicana. Do reggae mais clássico ao dancehall moderno – incluindo boas doses de temas polêmicos – está tudo lá. Um outro exemplo, de 2010, acabou gerando mesmo muita polêmica. Como parte do álbum “Loud”, Rihanna gravou na Jamaica o clipe da música Man Down. O que, em princípio, seria positivo – uma forma de divulgação da ilha – não foi tão bem recebido, especialmente pelos jamaicanos. A música conta a história de uma garota (Rihanna) que é estuprada e resolve matar seu estuprador. Convenhamos, não é a melhor promoção que um destino pode querer.
Para quem não se lembra, Like a Prayer, Justify My Love e Live To Tell são apenas alguns dos clipes de Madonna que causaram grande polêmica. E, com enorme repercussão, geraram muita mídia. Não foi diferente com Rihanna e sua Man Down. O mundo da música e das celebridades tem dessas coisas…
Em compensação, em 2013, durante a premiação do Grammy, Rihanna teve uma participação bem legal no tributo a Bob Marley. Ao lado de Ziggy Marley, Damian Marley, Sting e Bruno Mars, cantou Could You Be Loved. De quebra, nessa edição do prêmio, Rihanna venceu na categoria de melhor clipe com We Found Love.
Diva e por vezes dramática, como Mariah Carey. Pop e representante do R&B, como Beyoncé. Sempre se reinventando, como Madonna. Caribenha e ligada às suas raízes, como Bob Marley. Prazer, essa é Rihanna!