Era uma vez um garoto jamaicano que, como tantos outros, amava cricket. Ele morava com a família numa área rural e frequentava a escola local. Era lá que o menino jogava cricket. Ele jogava bem, mas corria como ninguém! Tanto é que, aos doze anos de idade já era o mais rápido da escola nos 100 metros.
Usain St. Leo Bolt começou assim. Sua velocidade nos campos de cricket fez com que seu técnico lhe apresentasse as pistas de atletismo. Em 2001, aos 14 anos e cursando o high school, Bolt ganhou sua primeira medalha: prata pelos 200 metros, no campeonato escolar.
Pablo Mc Neil, um ex-velocista jamaicano, passou a ser seu técnico. No ano seguinte, Bolt teve seu primeiro sucesso mundial: venceu os 200 metros no Campeonato Mundial de Atletismo Júnior, realizado na Jamaica, tornando-se o medalhista mais novo de todos os tempos, na categoria júnior. Daí por diante, passou a ser Lightning Bolt, ou, apenas, Bolt.
Em 2004, Bolt sofria de uma persistente lesão no tendão. Mesmo assim, foi convocado para as Olimpíadas de Atenas, mas não teve um bom desempenho. Não passou das eliminatórias dos 200 metros. Em 2005, Bolt passou a ser treinado por Glen Mills, outro ex-velocista que já era o treinador da equipe olímpica. Seu desempenho o levou a ficar entre os cinco melhores em 2005 e 2006, mas Bolt ainda tinha problemas com lesões.
O ano de 2007 foi, então, o ano da virada. Bolt quebrou o recorde nacional dos 200 metros, que há 30 anos pertencia a Donald Quarrie, e ganhou duas medalhas de prata no Campeonato Mundial de Osaka, no Japão. Mais motivado e maduro, tinha início uma trajetória infindável de vitórias.
Em 2008, Bolt começou a participar de competições de 100 metros. Primeiro, em Nova Iorque, quebrou o recorde mundial. Na sequência, nas Olimpíadas de Pequim, conquistou três ouros, nos 100 e 200 metros e no revezamento 4×100, com os companheiros Nesta Carter, Michael Frater e Asafa Powell. Na final dos 100 metros, em que quebrou o recorde mundial, Bolt visivelmente reduziu a velocidade para celebrar antes da linha de chegada, causando certa polêmica.
Nos Jogos Mundiais de 2009 e 2011, respectivamente na Alemanha e na Coreia do Sul, Bolt venceu nas mesmas categorias (exceto os 100 metros, na Coreia, pois foi desclassificado por queimar a largada). Em Londres, nas Olimpíadas de 2012, repetiu o mesmo feito, batendo seu próprio recorde nos 100 metros. Tornou-se o primeiro atleta olímpico a ser bicampeão nas duas distâncias, em jogos consecutivos. Em 2013, nos Jogos Mundiais de Moscou, mais uma vez, ganhou tudo. Só não quebrou recordes.
Uma lenda, um mito, uma figuraça! Descontraído, sorridente e bem-humorado, é um exemplo perfeito do povo jamaicano. Com seu tradicional gesto, imitando um raio e suas inúmeras citações, Bolt já é parte da história mundial do esporte. História que ainda está sendo escrita e da qual esperamos por cada capítulo, especialmente em 2016, aqui no Brasil.
“Sempre há limites. Eu não conheço os meus.”, diz Bolt. E o menino Bolt, além do cricket, amava (e ainda ama) o futebol. Sabe quais são seus planos para quando se aposentar do atletismo? Jogar uma Champions League, quem sabe pelo Manchester United, seu time do coração. Você duvida?