A história do dub jamaicano é fascinante, e serve para nos lembrar das influências da tecnologia e da indústria na evolução da música popular moderna. A música popular jamaicana sempre teve um relacionamento forte com a indústria de produção de discos. Nos anos 50, eram os operadores de sistemas de som (que futuramente seriam chamados de “Disk-Jockeys”, ou DJ´s) que dominavam as pistas de dança na ilha, com suas “discotecas móveis”.
Tirando proveito do recém-lançado sistema de gravação em quatro pistas e de efeitos de estúdio como reverberação e eco, eles criaram paisagens sonoras onde, com base no baixo e bateria, podia-se brincar à vontade com os efeitos de voz e outros instrumentos de apoio. Essa técnica foi batizada de “Dub” com base no termo “dubbing”, que significa tirar cópias de fitas.
O Dub foi muito influente na Jamaica e fora dela. Nos Estados Unidos, se disseminou nas comunidades negras de Miami e New York, onde ajudou no nascimento do Rap. Na Inglaterra, onde a música jamaicana sempre teve grande penetração desde a época do ska, fez surgir a dub poetry, que consistia em sofisticados poemas ingleses lidos sobre uma base instrumental Dub. Lee “Scratch” Perry, King Tubby e Sly & Robbie são alguns de seus principais expoentes.