Jamaicanos famosos, parte dois: difícil escolher…

foto: reprodução internet

Há pouco falamos a respeito de alguns jamaicanos ilustres, que fizeram sucesso em áreas que não o esporte e a música. A lista é tão extensa, surpreendente e interessante, que não pudemos resistir e  resolvemos trazer mais algumas histórias.

Grace Jones, por exemplo, nasceu na Jamaica e morou lá, com os avós, até os 13 anos de idade. Foi quando ela e seus familiares mudaram para Nova Iorque, onde seus pais trabalhavam. Muito tímida e magra, sofria bulling na escola, porém, compensava saindo-se muito bem nos esportes. Aos 18 anos, iniciou a carreira de modelo, nos EUA, e em 1970, aos 22, mudou-se para Paris. Sua aparência andrógina fez grande sucesso na cena parisiense e Jones desfilou para Yves St. Laurent e Kenzo e foi capa de revistas como Elle e Vogue. Em Paris, Grace Jones dividia apartamento com Jerry Hall (ex-mulher de Mick Jagger) e Jessica Lange (atriz de King Kong, 1977).

O visual andrógino de Grace Jones foi uma grande influência no movimento "power dressing" dos anos 80 | fotos: reprodução internet
O visual andrógino de Grace Jones foi uma grande influência no movimento “power dressing” dos anos 80 | fotos: reprodução internet

Em 1977, Grace Jones assinou contrato com a Island Records e fez grande sucesso com músicas disco. Após lançar 3 álbuns nesse estilo (“Portfolio”, “Fame” e “Muse”), Jones embarcou no New Wave, lançando os álbuns “Warm Leatherette” (1980) e “Nightclubbing” (1981). Por essa época, adotou o visual com o qual ficou mais conhecida, o corte de cabelo em formato quadrado e roupas acolchoadas.

Grace Jones ao lado de Arnold Schwarzenneger em "Conan, o Destruidor" | foto: divulgação
Grace Jones ao lado de Arnold Schwarzenneger em “Conan, o Destruidor” | foto: divulgação

Em 1984, novos rumos: Grace Jones atuou no filme “Conan, o Destruidor”, com Arnold Schwarzenneger e, no ano seguinte, em “007, A View to a Kill”. Em ambos os casos, foi indicada como melhor atriz coadjuvante.

Grace Jones retomou sua carreira musical e lançou diversos outros discos, sendo o mais recente “Hurricane”, de 2008.

Harry Belafonte, hoje um senhor de 87 anos, não é jamaicano de nascimento, mas americano. Após a separação de seus pais, Harry foi enviado para a Jamaica, terra natal de sua mãe, para viver com parentes. Viveu na ilha durante sua infância e viu de perto a opressão que as autoridades inglesas exerciam sobre o povo negro. Isso o marcou profundamente.

No início da adolescência, voltou a viver com a mãe, no Harlem. Alistou-se na Marinha e lutou na 2ª Guerra Mundial. Após desligar-se da vida militar, ficou um tanto sem rumo e teve vários empregos até achar inspiração ao assistir uma apresentação no American Negro Theater.

Passou a estudar teatro e teve como colegas Marlon Brando e Walter Matthau. Para financiar seu curso de teatro, Belafonte começou a se apresentar como cantor. Primeiro, canções mais pop, depois, passou a se interessar por música folk e, mais adiante, o calipso. É dessa fase o seu maior sucesso, Banana Boat Song (Day-O), do álbum “Calypso”. Além de introduzir na América um novo gênero musical, o álbum “Calypso” foi o primeiro a vender mais de um milhão de cópias.

Harry Belafonte foi apelidado de "Rei do Calypso" | foto: reprodução internet
Harry Belafonte foi apelidado de “Rei do Calypso” | foto: reprodução internet
Belafonte foi um dos organizadores do grupo que gravou We Are The World  |  foto: reprodução internet
Belafonte foi um dos organizadores do grupo que gravou We Are The World | foto: reprodução internet

Paralelamente à carreira musical, Harry Belafonte atuou no cinema e na televisão. Contudo, outra faceta muito importante foi a de ativista político. Ele apoiou o Movimento dos Direitos Civis nos EUA, nos anos 1950, e foi amigo de Martin Luther King. Muitos anos depois, nos anos 1980, teve a ideia de ajudar as crianças da Etiópia, lançando uma canção interpretada por ele e outras celebridades. We Are The World, de Michael Jackson e Lionel Ritchie foi gravada em 1985 e, com enorme sucesso, levantou milhões de dólares para a causa.

Ao longo dos anos, Belafonte apoiou diversas outras causas humanitárias. Além de Embaixador da Boa Vontade, pela UNICEF, lutou para o fim do apartheid, na África do Sul, e foi contra as ações militares americanas no Iraque.

Motivos de orgulho para a Jamaica, por seu talento e seus ideais, Grace Jones e Harry Belafonte são exemplos da diversidade de tipos interessantes que a pequena ilha do Caribe tem sido capaz de produzir.

Ouça “Slave To The Rhythm”, da coletânea “Island Life”, de Grace Jones:

Share This:

Silvia Carvalho

Por Silvia Carvalho

Formada em Comunicação Social, atuou na área de marketing por vários anos. Curiosidade inata e paixão por escrever são suas ferramentas para desbravar os segredos da Jamaica e levá-los aos leitores.